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sexta-feira, 29 de março de 2019

Alimentação Natural Caseira Crua Sem Ossos Para Cães

Alimentação Natural Crua Sem Ossos
Para Cães

Essa dieta gera vários benefícios para seu cão, sério! Já iremos começar falando das vantagens! Olhe abaixo:

Vantagens

    ⦁ Bem aceita por cães que não gostam ou não podem mastigar ossos.
    
    ⦁ Você não precisa ficar procurando fornecedores de ossos carnudos crus. Localizar um fornecedor confiável de ossos carnudos crus pode não ser fácil dependendo de onde você mora. Esse modelo de dieta dispensa esse ingrediente, facilitando a vida.

    ⦁ Mais prática. Porque é predominantemente crua. Somente os carboidratos precisam ser cozidos; carnes, vísceras e até vegetais podem ser oferecidos crus. Basta montar as porções respeitando as proporções que ensinamos, congelar (para armazenar), descongelar e servir! Nada de precisar cozinhar tudo, sujar panelas e depois ter que lavar um montão de louças.

    ⦁ Permite variar mais. Uma grande parte dos adeptos da AN crua com ossos acaba oferecendo apenas ossos carnudos crus de frango por essas peças serem mais baratas e fáceis de encontrar que codorna, pato, rã e coelho. Como a AN crua sem ossos não tem ossos carnudos crus, é possível variar mais os tipos de carnes desossadas oferecidas.

Desvantagens

    ⦁ Requer adição de cálcio. Não entram ossos nessa dieta; logo, você precisa suplementar cálcio. Esse mineral é suprido com sucesso adicionando-se um suplemento polivitamínico mineral completo.

    ⦁ Requer freezer ou congelador. Carnes, vísceras e peixes crus precisam passar alguns dias congelados antes de serem servidos – detalhes desse procedimento estão informados no material das dietas cruas. Congelar as peças inativa parasitos como cistos de tênias e protozoários (toxoplasma). Sem esse cuidado, não é seguro oferecer dieta crua ao seu pet.
    
     ⦁ Não combate o tártaro. Uma dieta sem ossos não incentiva o pet a mastigar. Contorne isso oferecendo ossos naturais grandes ocasionalmente para ele roer e/ou invista em uma rotina de escovação dos dentes.

Atenção

As informações publicadas neste artigo são apresentadas com a melhor das intenções. Contudo, não podemos garantir resultados. São múltiplos os fatores que podem influenciar a saúde do seu cão e não temos controle sobre a qualidade dos ingredientes usados, como a dieta é preparada e o estado de saúde atual do seu pet.

Deste modo, não podemos nos responsabilizar por resultados diferentes dos desejados, incluindo (mas não limitado a) quaisquer prejuízos ou danos resultantes da tentativa de seguir informações contidas aqui.

O conteúdo deste site é apresentado unicamente para fins de informação. Cada cão é um indivíduo com histórico e particularidades únicas.

Antes de colocar em prática as sugestões deste site, consulte um especialista e/ou veja resultados e depoimentos sobre essa dieta no youtube e porque não recomendamos médicos-veterinários! Para verificar se seu pet se encontra apto a receber uma de nossas dietas.

Uma dieta caseira balanceada é um pilar fundamental para a boa saúde. Mas não é o único. Tenha em mente que você sempre precisará contar com o acompanhamento de um especialista capacitado neste assunto.



Mas o que é Alimentação Natural Crua Sem Ossos para Cães ?

 Alimentação Natural caseira crua sem ossos para cães – também conhecida como AN crua sem ossos – é um modelo de dieta caseira balanceada. Se for elaborada corretamente, tal como informo aqui, atenderá os requerimentos nutricionais de seu cão.

Trata-se de uma dieta com ótimos níveis de proteína animal de altíssima qualidade, gorduras saudáveis na medida correta, carboidratos não inflamatórios de baixo índice glicêmico, enriquecida com legumes, verduras e hortaliças.

No sistema cru sem ossos, as carnes, vísceras e ovos são oferecidos crus, os carboidratos são sempre cozidos e os vegetais podem ser servidos crus ou cozidos. Como o nome já diz, nessa AN crua não entram ossos. Ossos (desde que crus) são alimentos incríveis, mas a presença diária deles na dieta (como no caso da AN Crua com Ossos) impõe limitações. 

Uma parcela dos cães não gosta de ossos, mesmo moídos. Algumas pessoas não se sentem à vontade servindo ossos crus ao seu cachorro. Também existe a dificuldade que muita gente enfrenta em encontrar ossos carnudos crus adequados ou de comprá-los moídos ou mesmo de moê-los em casa.

Mas a ausência de ossos na dieta não a torna deficiente ou menos balanceada. O cálcio, principal motivo da inclusão diária dos ossos na dieta, pode ser suprido de diversas outras maneiras.

E, super importante, com essa AN crua seu cão terá os amplos benefícios das carnes, ovos e vísceras em seu estado natural. Alimentos crus são ricos em enzimas, aminoácidos e vitaminas delicadas que não resistem bem ao cozimento. 

Se você não está familiarizado com dietas à base de carnes cruas, entendo que a ideia pode assustar. Mas mantendo uma mente aberta ao ler esse guia, você aprenderá que há maneiras realmente eficazes de aproveitar com segurança as vantagens das carnes cruas.

O tempo se encarregou de pôr à prova as dietas com carnes cruas. Elas estão aí oficialmente há pelo menos três décadas, com resultados formidáveis, inúmeros livros publicados e milhares de praticantes do movimento rawfeeding por todo o globo. (Fora do Brasil existe até comida crua comercial para pets lançada com aval de autoridades em petfood, como a AAFCO. Alguns exemplos notáveis incluem a Primal, a Bravo e a Nature’s Variety).

E não podemos esquecer que, muitos antes de existir ração e até mesmo dieta caseira, nossos peludos eram lobos (sim!) que caçavam e se alimentavam de carnes e vísceras cruas. Desde a domesticação, o homem transformou o visual e o comportamento dos lobos na ampla gama de raças (e mestiços) que vemos hoje. 

Mas a fisiologia digestiva dos nossos “lobos de estimação” permanece basicamente a mesma de milhares de anos atrás. 
Uma dieta com carnes e vísceras cruas é mais apropriada do ponto de vista biológico e evolutivo à espécie canina.

Você encontra abaixo alguns dos médicos-veterinários e pesquisadores que há anos – em muitos casos, décadas – recomendam a inclusão de carne crua na dieta dos cães. Eles são autores de livros e/ou comandam sites excelentes. Baseei-me nas informações trazidas por esses profissionais para elaborar a AN.

⦁ Dra. Karen Becker

Dr. Richard Pitcairn, Ph.D

Dr. Ihor Basko

Dra. Barbara Royal

Dr. Martin Goldstein

Dr. Don Hamilton

Dr. Shawn Messonier

Ann Martin

Benefícios

Alimentos crus são mais nutritivos

Cães saudáveis digerem muito bem carnes, vísceras e ovos crus. Eles deixaram de ser lobos há 30 mil anos, mas sua anatomia e fisiologia digestória permanecem essencialmente a mesma. Dentes perfeitos para rasgar carne, estômago grande e de pH super ácido (para matar bactérias) e intestino curto (para não dar tempo de bactérias patogênicas se fixarem). Carnes cruas contêm nutrientes inalterados pelo cozimento. 

Consequentemente, apresentam um teor mais elevado de muitas vitaminas e aminoácidos, em especial a taurina e a carnitina, que são afetadas pelo cozimento prolongado. Além disso, alimentos crus contêm enzimas, partículas proteicas que auxiliam na digestão, poupando o pâncreas e o intestino do cão de precisarem secretá-las em grande quantidade.

Proteção ao sistema urinário e rins

Uma dieta caseira contém sete vezes mais água que a ração seca! Esse monte de água naturalmente embutida nos alimentos naturais poupa os rins e o sistema urinário porque mantém o animal bem hidratado. Ao passar para uma alimentação hidratada, muitos cães dão um susto na gente: reduzem drasticamente o consumo de água.

Em alguns casos até param de beber completamente. Mas continuam produzindo xixis abundantes e muitas vezes mais clarinhos do que quando comiam ração e esvaziavam a tigela de água. Isso acontece porque a água presente na comida é muito melhor aproveitada pelo organismo, resultando inclusive em uma melhor digestão.

Fezes reduzidas, muito mais sequinhas e com odor discreto
Esse é uma das primeiras vantagens da AN a serem notadas. Por não apresentar o excesso de fibras grosseiras e carboidratos que compõem as rações convencionais, a AN apresenta um aproveitamento superior, gerando pouco resíduo para o corpo eliminar. 

Na prática isso significa cocôs menos volumosos, menos malcheirosos e mais sequinhos. É a comprovação de que o seu peludo está recebendo o “combustível” certo.

Carga glicêmica menor

O lugar de carboidratos como milho, soja e trigo – ingredientes de baixo custo amplamente presentes nas rações secas – definitivamente não é na vasilha do seu cachorro. A dieta natural do lobo é em grande parte carnívora, enriquecida com frutas, raízes, gramíneas e até mesmo fezes de outros animais.

Ou seja: a dieta que a natureza preparou o cão para consumir é livre de carboidratos refinados e rica em proteína, tendo consequentemente uma baixa carga glicêmica.

Um cachorro alimentado com ração à base de grãos é mais predisposto a ficar gorducho porque esses alimentos têm uma carga glicêmica mais elevada. Ao ingerir uma dieta rica em carboidratos seu organismo secreta um monte de insulina, hormônio cujo excesso está relacionado a obesidade, diabetes, doenças inflamatórias e redução da expectativa de vida. 

Em contrapartida, uma dieta mais dentro dos moldes do que prescreve a natureza mantém a silhueta esbelta e musculosa muito mais facilmente e previne doenças. Esse é um dos segredos por trás do mundo de vantagens à saúde das ANs.

Minimização (e até resolução!) de transtornos causados por uma dieta inadequada
Sinceramente, como podemos esperar que um pet se mantenha saudável recebendo exclusivamente dieta seca, industrialmente processada e preparada com uma abundância de alimentos que ele jamais consumiria na natureza, como milho, trigo e soja? A verdade é que a maioria das rações são assim porque esses ingredientes têm custo baixo para os fabricantes. Não porque são saudáveis.

Acredito que muitas doenças que vemos nos pets hoje em dia são causadas ou agravadas pelo consumo prolongado de ração seca à base de grãos. Em meu artigo “Por que preferir dieta caseira à ração?” enumero diversos bons motivos para aposentar a ração. 

Como se não bastasse a falta de umidade e o excesso de carboidratos, há outros motivos para questionar as bolinhas marrons: a presença de alimentos transgênicos, conservantes e aditivos controversos e o risco do milho apresentar toxinas fúngicas altamente prejudiciais à saúde, conhecidas como micotoxinas.

As consequências de uma alimentação assim ao longo de meses e anos podem ser aparentemente leves, como queda de pelos crônica e gases, ou mais graves, como desgaste precoce dos rins, diarreias recorrentes, vômitos sem causa aparente, coceiras infernais, formação de cálculos urinários, obesidade e diabetes.

Felizmente é frequente ver a saúde do canino restaurada em pouco tempo quando a ração é substituída por uma dieta caseira fresca. Pelos mais brilhantes e macios, com queda de fios reduzida e menos “cheiro de cachorro”. Cães cansados recuperando a disposição e jovialidade para brincadeiras e passeios. E muito mais!

Chega de brigar para ele comer

Cães naturalmente se interessam por comida caseira. Uma parcela enorme deles come ração apenas para não morrer de fome, apesar dos esforços dedicados de seus tutores em trocar constantemente de marca, adicionar produtos saborizantes e até esquentar as bolinhas no micro-ondas. A dieta caseira costuma pôr fim a esse martírio diário. Os múltiplos sabores, cheiros e texturas de uma AN variada fazem o pet comer feliz, raspar o prato e ainda pedir mais!

Indicações da AN Crua sem ossos para cães

AN crua sem ossos é uma dieta balanceada e completa, indicada, portanto, a cachorros de qualquer idade (desde que já tenham sido desmamados) e qualquer raça. O fato de não conter ossos facilita a oferta da dieta mesmo a nenéns de apenas 50 dias, recém-desmamados, e a senhorzinhos desdentados.

Qualquer peludo comprovadamente saudável pode receber AN crua sem ossos. Já os pets portadores de quadros crônicos podem requerer dieta especiais, com restrições e adições que auxiliam no controle da doença. Na dúvida, consulte sempre o veterinário do seu
amigão. Se depois de um check-up completo ele achar que seu peludo está apto a receber uma dieta adequada a cães saudáveis, vá em frente.

Mas se alguma alteração importante for diagnosticada, não desanime: é perfeitamente possível adotar uma dieta caseira terapêutica. Para isso você poder contar com um veterinário ou zootecnista especialista ou experiente em elaboração de dietas especiais para doentes crônicos. Posso te ajudar com isso, se tiver interesse.



Contraindicações da AN crua sem ossos para cães

AN crua sem ossos é uma dieta fantástica, com imenso potencial promotor de saúde. Mas, por conter carnes, vísceras e ovos crus, é necessário que o cão tenha uma boa imunidade e capacidade digestiva em ordem. Se seu peludo tem estômago sensível e é propenso a vomitar recomendo começar pela AN cozida e migrar para a versão crua sem ossos somente quando o quadro estiver sob controle.

Outra questão importante aqui é a palatabilidade. A maioria dos cães gosta do sabor das carnes, vísceras e ovos crus. Mas aqueles peludos de paladar mais exigente preferem tudo cozido, porque comida cozida é mais cheirosa e saborosa. Se seu pet é do tipo enjoadinho, recomendo testar primeiro a versão 100% cozida.

AN crua sem ossos da forma como ensino aqui no Cachorro Verde não é indicada para casos de:

   ⦁   Diabetes
   ⦁   Doença hepática (incluindo shunt portossistêmico)
   ⦁   Doença renal crônica ou aguda
   ⦁   Cálculos (“pedras”) urinários
   ⦁   Doença cardíaca de grau moderado a avançado
   ⦁   Gastrite (vômitos crônicos)
   ⦁   Enterite ou colite (inflamação intestinal que causa alteração frequente das fezes)
   ⦁   Pancreatite
   ⦁   Insuficiência pancreática exócrina

Também não recomendo dar início à AN crua sem ossos se seu cão estiver debilitado por qualquer motivo. Para esses cães, a Alimentação Natural Cozida é uma opção muito mais adequada para começar. Depois que seu pet estiver “zerinho”, tudo bem realizar uma cuidadosa transição para a AN crua sem ossos, se você quiser.

Observação: pets portadores de quadros crônicos podem requerer dietas especiais, com restrições e adições que auxiliam no controle do problema. Na dúvida, consulte sempre o veterinário do seu amigão. Se depois de um check-up completo o veterinário achar que seu peludo está apto a receber uma dieta adequada a cães saudáveis, vá em frente.

Mas se alguma alteração importante for diagnosticada, não desanime: ainda assim é perfeitamente possível adotar uma dieta caseira terapêutica. Para isso você pode contar com um veterinário ou zootecnista especialista ou experiente em elaboração de dietas especiais para doentes crônicos. Posso te ajudar com isso, se tiver interesse.


Quanto servir de AN por dia

Cães adultos

Existem diversas formas de determinar quanta comida servir por dia a um cão. Esta, a meu ver, é a mais fácil delas. Faça o cálculo com base no peso corpóreo do seu pet. Seguindo
esse método um cão adulto deve receber por dia de 3 a 10% do seu peso ideal em alimentos diariamente. “Caramba, mas por que esse intervalo tão grande – de 3 a 10%? 

Como, afinal, vou saber quanto servir de comida para meu cachorro?” é o que você naturalmente deve estar pensando.

O intervalo é grande propositalmente, porque há vários fatores a se considerar. Fatores que influenciam diretamente a necessidade de servir mais ou menos comida para o peludo.
Acompanhe comigo.


Porte

 Cães miudinhos – os de porte miniatura e pequeno – requerem mais alimentos proporcionalmente ao seu peso que os maiores. Isso porque têm o metabolismo mais acelerado. Atendo pacientes Chihuahuas adultos que comem 8 a 10% de seu peso em AN por dia. Em contrapartida, meus pacientes gigantes costumam ficar bem comendo 3% de seu peso corpóreo saudável.

Veja como as porcentagens médias que sugiro para portes diferentes refletem essa diferença:

⦁  Porte miniatura até 3kg: 7-10% do peso corpóreo. Logo, um Chihuahua que pesa 2kg vai receber 160 gramas de AN por dia, o que equivale a 8% do peso dele.

⦁  Porte miniatura pesando entre 3 e 5kg: 5 a 6% do peso corpóreo. Logo, um Maltês que pesa 3,5kg vai receber 210g de AN por dia, o que equivale a 6% do peso dele.

⦁  Porte pequeno entre 5 e 10kg: 4 a 6% do peso corpóreo. Logo, um Dachshund (“salsicha”) que pesa 7kg vai receber 350 gramas de AN por dia, o que equivale a 5% do peso dele.

⦁  Porte médio, entre 10 a 25kg: 4 a 5% do peso corpóreo. Logo, um Cocker Spaniel Inglês que pesa 14kg vai receber 700 gramas de AN por dia, o que equivale a 5% do peso dele.

⦁  Porte grande, entre 25 a 35kg: 4 a 5% do peso corpóreo. Logo, um Boxer que pesa 27kg vai receber 1kg de AN por dia, o que equivale a 4% do seu peso corpóreo.

⦁  Porte grande, entre 35kg a 42kg: 3 a 4% do peso corpóreo. Logo, um Golden Retriever que pesa 36kg vai receber 1.4kg de AN por dia, o que equivale a 4% do seu peso corpóreo.

⦁  Porte gigante (de 42kg para cima): 3 a 4% do peso corpóreo. Logo, um Dogue Alemão que pesa 70kg vai receber 2.1kg de AN por dia, o que equivale a 3% do seu peso corpóreo.
Observação super importante: o cálculo deve ser feito em cima do peso ideal do seu peludo. Não em cima do peso gordo ou magro demais dele. Por exemplo, se o seu 

Labrador está pesando 30kg mas deveria pesar 26kg, faça o cálculo sobre o peso que ele deveria ter (26kg) e não sobre o peso que ele tem (30kg). Vale o mesmo se seu amigão estiver mais magrinho do que o desejável.

Raça

Há raças com tendência a ganhar peso e existem raças com dificuldade para engordar. Dentre as raças propensas a ganhar uns quilinhos extras eu destacaria:

Spitz Alemão (o Lulu da Pomerânia)
Dachshund (ou Teckel)
Pug
Beagle
Basset Hound
Retriever do Labrador

Não é regra, claro, mas uma parcela enorme de cães das raças acima mantêm mais facilmente o peso quando recebem a porcentagem mínima indicada para seu porte. Atendo Pugs que não podem receber mais de 3% de seu peso em AN, taditos, ou ficam roliços.
E há os “magros de ruim” do mundo canino:

⦁      Boxer
Border Collie
Boston Terrier
Buldogue Francês
Dobermann

Esses cães frequentemente requerem uma porcentagem elevada de seu peso em AN por dia. Peludos excepcionalmente ativos, como Borders, Boxers, Bostons e Dobermanns – ou muito musculosos, como os buldogues franceses – podem começar recebendo 5% do peso, com perspectiva de subir para 6%.

Assim sendo, um beagle de 12 meses (jovem adulto) pode receber 5% do seu peso corpóreo, depois passar a 4,5% aos 2 anos (adulto), descer para 3,5% com 5 anos (meia idade) e voltar a 4 ou 4,5% aos 12 anos (idoso).

Idade

Abordarei com detalhes o cálculo para filhotes a seguir. Por enquanto, vamos falar sobre cães jovens adultos, adultos, de meia idade e
idosos. Cachorros jovens adultos e adultos têm o metabolismo mais ativo e em geral requerem uma porcentagem mais elevada do que os de meia idade.

Ao contrário do que muita gente pensa, cães idosos podem requerer mais alimentos que cães de meia idade. Isso porque nessa fase da vida cai um pouco a capacidade do organismo de aproveitar os nutrientes, o que aumenta o requerimento de certos elementos, como a proteína, para prevenir o desgaste muscular que acompanha o envelhecimento.

Assim sendo, um Beagle de 12 meses (jovem adulto) pode receber 5% do seu peso corpóreo, depois passar a 4,5% aos 2 anos (adulto), descer para 3,5% com 5 anos (meia idade) e voltar a 4 ou 4,5% aos 12 anos (idoso).

Status reprodutivo

Não é regra, é claro, mas a castração pode predispor ao ganho de peso. A queda na circulação de hormônios sexuais aumenta o apetite em alguns indivíduos e pode tornar o metabolismo um pouco mais lento. Portanto, recomendo aumentar um pouco a porcentagem usada para calcular a dieta de cães intactos (não castrados) e reduzir um pouco a porcentagem no caso dos castrados. Em geral 0,5% a mais ou a menos já faz uma grande diferença.

Se seu peludo será submetido à castração, sugiro adotar uma porcentagem 0,5% depois da cirurgia menor para prevenir o ganho de peso.

Grau de atividade física

Esse é um ponto dos mais importantes. Cachorros que não param quietos, atletas, nadadores, que correm ao lado do tutor, que frequentam creche canina e participam de todas as atividades precisam de mais calorias. Não tenha receio de aumentar a % para esse grupo. Conheço Borders agiliteiros que recebem 8% do seu peso corpóreo em AN. É bastante comida! Se o total de alimentos assustar, simplesmente divida em três ou quatro pequenas refeições dentro da sua disponibilidade de servi-las.

Clima

No auge do verão o corpo pede menos comida por bons motivos fiosiológicos que explico neste post. O oposto acontece nos meses frios, quando o organismo exige mais calorias para manter a temperatura corporal estável. Assim sendo, tudo bem reduzir um pouco a porcentagem calculada de alimentos no verão e aumentar um pouco durante o inverno.


Cães filhotes

Filhotes estão em fase de intenso desenvolvimento ósseo, muscular, visceral, neurológico. A duração desse período varia de raça para raça (ou de porte para porte no caso dos cães sem raça definida). Enquanto cães de porte pequeno concluem o desenvolvimento físico por volta dos 12 meses, os de porte grande e gigante ainda são filhotões nessa idade.

Seja como for, filhotes comem bastante em relação ao seu peso corpóreo, chegando a receber até 10% de seu peso em alimentos por dia. A porcentagem empregada para o cálculo vai reduzindo à medida que eles crescem. 

Por isso recomendo recalcular a porcentagem mensalmente até o peludo completar seu desenvolvimento.

Veja abaixo minhas sugestões de porcentagens médias para filhotes de portes diferentes: 

Obs: o cálculo é feito sobre o peso atual do filhote. Ou seja, o peso que ele tem nesse momento. Não calcule sobre o peso que ele terá quando adulto.

 Filhotes que quando adultos terão porte pequeno (5kg a 10kg):
2 a 4 meses de idade: por volta de 10%
4 a 6 meses de idade: por volta de 8%
6 a 8 meses de idade: por volta de 6 a 7%
8 a 10 meses de idade: por volta de 5 a 6%
10 meses em diante: por volta de 4 a 6%

Filhotes que quando adultos terão porte grande (25 a 35kg):
2 a 4 meses de idade: por volta de 8%
4 a 6 meses de idade: por volta de 7%
6 a 8 meses de idade: por volta de 6 a 7%
8 a 10 meses de idade: por volta de 5 a 6%
10 a 18 meses de idade: por volta de 4 a 5%
18 meses em diante: por volta de 4 a 5%

Filhotes que quando adultos terão porte médio (10-25kg):
2 a 4 meses de idade: por volta de 10%
4 a 6 meses de idade: por volta de 8%
6 a 8 meses de idade: por volta de 6 a 7%

8 a 10 meses de idade: por volta de 5 a 6%
10 a 18 meses: por volta de 4 a 6%
18 meses em diante: por volta de 4 a 5%

Filhotes que quando adultos terão porte gigante (acima de 25kg):
2 a 4 meses de idade: por volta de 8%
4 a 6 meses de idade: por volta de 7%
6 a 8 meses de idade: por volta de 6%
8 a 10 meses de idade: por volta de 5%
10 a 14 meses: por volta de 4 a 5%
18 a 24 meses: por volta de 4%
24 meses em diante: 3 a 4%

Importante: filhotes devem crescer esbeltos

Muita gente acha que filhotes gorduchinhos são ainda mais adoráveis. Mas o sobrepeso é muito prejudicial para um corpo em desenvolvimento. Estudos apontam que alimentar excessivamente um filhote aumenta o risco de ele se tornar um adulto obeso, o que patrocina doenças mil, de diabetes a artrose.

O potencial para prejuízo é ainda maior em se tratando de filhotes de porte grande e gigante. Os grandões devem crescer num ritmo “devagar e sempre” ao longo de 18 a 24 meses, sem estirões.

A ingestão excessiva de calorias estimula o crescimento dos ossos, mas a musculatura, ligamentos e tendões não acompanham. Desse descompasso surgem deformidades osteoarticulares permanentes e agravo de doenças geralmente determinadas pela genética, como a displasia de quadril e de cotovelo.

Não se preocupe com a velocidade do crescimento, mas com a qualidade dele. Se estiver recebendo uma dieta balanceada e em quantidade adequada, seu filhote se desenvolverá plenamente no tempo dele.

Talvez ele não seja o filhote da pracinha que mais cresceu desde a semana passada, mas não ligue pra isso. Para raças grandes e gigantes um crescimento lento e contínuo é a receita para um adulto de esqueleto saudável lá na frente.

Por isso, olho vivo na silhueta do filhote! Verifique sinais de depósito de gordura, como o sumiço de uma cintura discernível (observe-o de cima) e dificuldade de sentir as costelas com uma leve pressão dos dedos ao percorrer as laterais do corpo dele. Filhote sem sinal de cintura e com costelinhas difíceis de palpar provavelmente está acima do peso.

Como fazer o cálculo usando calculadora

Qualquer calculadora serve, até as mais simples, de celular.

A fórmula é:

Passo-a-passo:

Digite na calculadora o peso do cão (ex: 12kg)
Aperte a tecla de multiplicação (x)
Digite o número da porcentagem (ex: 4%)
Aperte a tecla igual (=)
Converta o resultado de decimal para número inteiro jogando o número antes da vírgula para o final

Na prática, 12x 4% = 0,48 ou 480 gramas
Logo, 480 gramas é o que devo oferecer de Alimentação Natural caseira por dia, fracionados, por exemplo, em duas refeições de 240 gramas cada.

Ajuste a quantidade oferecida de AN conforme a necessidade. Cada indivíduo tem um metabolismo único e por isso as orientações acima são apenas médias. Pode ser que seu peludo precise de mais ou de menos comida do que o que indico.

Comece adotando a porcentagem sugerida para o perfil do seu cão e observe como ele fica no decorrer de duas a quatro semanas. Ele emagreceu e isso não era desejável? Aumente 0,5% e observe.

Passaram-se duas semanas e nada dele dar uma encorpada? Suba 1%. Faça o oposto se ele engordou e isso não era desejável.
Importante: apetite não é um bom termômetro – cães estão sempre dispostos a comer o que gostam.

Atente para a silhueta dele. Pets no peso saudável geralmente exibem uma cintura quando observados de cima e as costelas podem ser sentidas com uma leve pressão dos dedos, uma a uma. A perda dessas referências pode indicar que seu amigão está acima do peso. Guie-se pelas figuras abaixo:


Quantas refeições ao dia

Filhotes

Para filhotes entre 2 e 4 meses de idade sirva entre 3 e 4 refeições por dia. Dos 4 aos 6 meses sirva 3 refeições. Dos 6 meses em diante, tudo bem servir 2 refeições diárias.

Adultos

A maioria dos cães adultos se dá bem com duas porções de alimentos por dia. Com raras exceções, cães adultos saudáveis não entram em hipoglicemia se ficam sem comer por várias horas. Na natureza lobos, chacais e coiotes não se dão o luxo de comer todos os dias. 

Caçar dá um trabalhão e esses animais frequentemente passam dias sem comer nada. Alguns estudiosos de Alimentação Natural até recomendam instituir um dia por semana de jejum de sólidos a cães adultos e saudáveis. Eles defendem que o jejum desintoxica e fortalece o organismo.

Alguns cães adultos, entretanto, se dão melhor com o total de alimentos fracionado em três ou quatro pequenas refeições ao longo do dia. É o caso dos cães de estômago sensível que vomitam espuma ou bile (líquido de coloração amarelo-esverdeada) pela manhã ou de madrugada. Observo com alguma frequência esse tipo de sintoma – chamado vômito bilioso – nas raças Westie, Lhasa, Maltês e Shih Tzu. Muitas vezes é possível controlar esses vômitos apenas com a introdução de uma terceira refeição cedinho ou antes do pet dormir. O trato digestório desses cães não aguenta passar muitas horas sem digerir nada.

Uma só refeição ao dia?

Não costuma ser recomendável oferecer uma única porção de alimentos no dia para o cão. Imagine-se diante de um prato contendo seu café-da-manhã, seu almoço e seu jantar, tudo junto. É muita comida! A digestão certamente será trabalhosa, te deixando sonolento e “empachado”.

Entretanto, lobos comem o quanto aguentam de uma vez e parecem não passar mal. E nem precisamos ir tão longe. Muitos criadores alimentam seus cães adultos uma única vez e os bichos parecem plenamente adaptados a isso. A ingestão de um monte de ração seca aumenta o risco de torção gástrica, uma condição perigosa em que o estômago distendido por gases gira sobre o próprio eixo, torcendo vasos sanguíneos.

Felizmente com Alimentação Natural essa ameaça é consideravelmente menor, uma vez que a comida caseira é menos fermentável e tem uma digestão mais fácil e rápida.

Pessoalmente, ainda acho mais seguro fracionar o total diário em duas refeições. Mas se você alimenta seu cão uma única vez ao dia e ele parece bem adaptado, provavelmente não há problema manter essa conduta…

Importante:

Carnes cruas desossadas

Carnes fornecem predominantemente proteína, mas também vitaminas, ácidos graxos e minerais. Ovos e peixes entram nessa categoria, contribuindo com uma infinidade de outros elementos valiosos.

Pode não parecer, mas seu peludo é um carnívoro oportunista. O cão descende do lobo e compartilha com essa espécie 99,9% do seu DNA mitocondrial, sendo inclusive capaz de acasalar com um lobo e gerar descendentes férteis. E lobos, embora também devorem frutas, raízes e gramíneas, se alimentam predominantemente de presas.

Ao contrário de nós, que somos onívoros clássicos, os cães não conseguem aproveitar tão bem proteínas de origem vegetal. A carne de músculo animal chega a 71% de aproveitamento.

A proteína do ovo vai além: 91% de assimilação. As proteínas de soja e a do glúten de trigo, por sua vez, têm aproveitamento de apenas 56% e 37% *, respectivamente. O coeficiente de proteína que não é assimilado pelo corpo precisa ser eliminado, e esse trabalho cabe aos rins. Simplesmente não é verdade que uma dieta baseada em proteínas vegetais previne doença renal em cães. Muito pelo contrário.

Não há como enfatizar o bastante a importância de fontes de proteína animal de alto valor biológico – ovos, carnes, peixes – para a saúde dos cães.

Na Alimentação Natural crua sem ossos, algumas vísceras são oferecidas como se fossem carnes. São elas: moela, língua, coração e bucho. Essas peças são musculosas, se assemelhando mais a carnes do que a miúdos como o fígado ou rim. 

E ainda têm a vantagem de serem mais em conta que carnes como músculo, peito de frango etc.
Carnes desossadas representam 30% do total de alimentos nessa AN.


Fontes de proteína animal adequadas

Qualquer carne que não seja muito gordurosa é aceitável

Frango: peito, coxa desossada, moela, coraçãozinho sem a gordura e sobrecoxa desossada

Porco: lombo suíno, filé mignon suíno e coração sem gordura
 Boi: músculo, lagarto, língua, patinho, coxão mole, bucho, coxão duro e coração sem gordura

Ovos: de galinha, pata, codorna, perua (gema e clara)
Cabrito: qualquer corte magro
Carne de rã (é magrinha)
Carne de codorna
Carne de coelho (é magrinho)
Filé de peixe (detalharei opções a seguir)

Outras espécies: avestruz, camarões, capivara etc (desde que o custo não seja um problema pra você)

Carnes gordurosas

Carne de cordeiro, pato, salmão, pernil suíno, costela, acém bovino, cupim e carne de coxa e sobrecoxa de frango são bastante gordurosas. Omita essas carnes da dieta de cães que apresentam gastrite (vômitos), problemas no fígado, pâncreas ou que
estão acima do peso.

Como preparar

Não é recomendável lavar as carnes, salvo em caso de sujeira aparente. Lavar a carne transporta partículas da superfície para dentro dela.

Compre carnes sem excesso de gordura e já cortadas em cubos grandes ou cubos pequenos (corte “estrogonofe”), é só combinar com o fornecedor. Ou, claro, corte em casa.
Evidentemente, as carnes na AN crua sem ossos são oferecidas cruas. Ou seja, dispensam totalmente cozimento.

Super importante: para serem oferecidas crus com segurança, carnes e vísceras cruas devem obrigatoriamente passar por um período de congelamento profilático em freezer por 3 a 7 dias, dependendo do tipo de carne. 

Esse cuidado destrói parasitos que podem estar presentes nesses alimentos crus. Leia aqui TUDO sobre bactérias e vermes que carnes cruas podem veicular e como driblá-los com segurança e eficiência.

Coração, uma carne que não pode faltar na dieta

Se vivesse na natureza, seu cão beberia o sangue de suas presas. Soa macabro, eu sei, mas é verdade. Sangue é rico em aminoácidos e minerais, como ferro e sódio.

Nós não temos condições de oferecer sangue aos pets. Primeiro, porque seria nojento, mas, principalmente, porque o sangue é drenado no momento do abate dos
animais de produção e destinado a outros propósitos. (Ao contrário do que muitos pensam, aquela aguinha avermelhada que a carne solta ao descongelar não é sangue. É apenas água e elementos como hemoglobina liberados de células rompidas pelo processo de congelar- descongelar a carne.)

É aí que entra o coração cru. Essa câmara musculosa onde o sangue é bombeado fornece proteína, ferro, enzimas, vitaminas e elementos valiosíssimos para a saúde dos olhos e do próprio coração do cão, como coenzima Q10, L-taurina e L-carnitina. Incluir coração na AN algumas vezes por semana é uma forma de repor os nutrientes que o sangue ofertaria. 

Costuma ter ótimo preço e pode ser de qualquer espécie: frango, boi, porco, cordeiro, cabrito, peru, pato etc. Mas descarte a gordura, deixando só o “músculo” da peça.

Peixes

Pescados são super densos em nutrientes. Sua proteína costuma ter excelente aproveitamento pelo organismo, da ordem de 83%. A oferta semanal de peixes como a sardinha e a cavalinha é enfaticamente recomendada por experts em AN. Uma consulta ao teor de nutrientes desses peixes revela o porquê de tantos elogios.

Em apenas 30g de sardinha encontramos os seguintes nutrientes:

Quase 7g de proteína, mais que no peito de frango e carne vermelha.

30UI de vitamina A, importante para a pele, imunidade e saúde dos olhos.

110mg de cálcio, mais de 3x o teor encontrado no leite.

80UI de vitamina D, fundamental para a saúde óssea, 15x mais que no fígado de boi.

2.5mcg de vitamina B12, 4x mais que o acém.

111mg de potássio, mineral amigo da saúde cardiovascular.

414mg de ácidos graxos ômegas-3 EPA e DHA, que estão na moda por seus atributos anti-inflamatórios e antialérgicos.

0.8mg de ferro, 6x mais que o peito de frango.

15mcg de selênio, um mineral que ajuda a desintoxicar o fígado, fortalece a imunidade e é fundamental para a glândula tiroide.

11mg de magnésio, o dobro do encontrado no fígado, mineral importante para a saúde do coração e para regular o humor.

Vamos combinar que não dá pra deixar os peixes de fora da dieta do seu peludo, né?

Quais peixes podem ser oferecidos?

Se estivermos falando de oferta do peixe inteiro, com escamas, vísceras e espinha, prefira sempre peixes pequenos, de até um palmo ou menores. Caso das sardinhas pequenas, cavalinhas menores, manjuba, lambari, trilha. Sendo menores, esses peixes têm espinhas molinhas e curtas, seguras para deglutição.

Costumo servir para meus cães peixes completos inteiros ou cortados em pedaços – eles adoram! Tenho cães de porte médio e grande, mas mesmo minha Teckel de apenas 4,5kg, a Maya, come peixes com espinha, escamas, cabeça e nadadeiras e nunca engasgou (clique aqui para assistir a um vídeo curtinho dela devorando uma sardinha.)

Sempre que o cão aceita, indico oferecer peixes completinhos (vísceras, cabeça etc), por serem raras as oportunidades de servirmos presas inteiras, em sua harmonia natural de tecidos e nutrientes.

Se você tem receio do seu cachorro não curtir peixe com tudo ou se engasgar com as espinhas, compre somente o filé (ou posta), limpinho, sem as espinhas. Ao optar por servir somente o filé, qualquer espécie de peixe é adequada.

Algumas espécies mais populares incluem: anchovas, as nutricionalmente divinas sardinhas e cavalinhas, trilha, bacalhau (não vale aquele branco, salgado), pescada, merluza (também conhecida como polaca do Alasca), truta, salmão, saint peter (ou tilápia), peixe porquinho, manjuba, tambaqui, linguado, abadejo, namorado e corvina. “Algumas” porque você certamente encontrará dezenas de espécies de peixes em peixarias, feiras-livres e mercados.

Há risco em oferecer peixe cru ao pet?

Sim, existem certos riscos, mas eles podem facilmente ser driblados. Algumas espécies de peixes podem transmitir a tênia Diphyllobothrium latum, e o salmão e truta selvagens podem veicular a bactéria Neorickettsia helminthoeca.

Nos Estados Unidos, onde a intoxicação por consumo de salmão selvagem cru é frequente, recomenda-se evitar o consumo e oferta desse peixe cru aos pets. Além disso, algumas espécies de peixes crus – caso do atum, arenque, cavalinha, sardinha e carpa – contêm um antinutriente em sua carne: a enzima tiaminase. 

Essa enzima degrada a vitamina B1, ou tiamina. Assim, o indivíduo que consome peixe cru com muita regularidade pode acabar acumulando tiaminase e ficar deficiente em vitamina B1.

Há formas de contornar esses riscos:

Cozinhe moderadamente o peixe. O tratamento por calor mata parasitos e destrói a enzima tiaminase.

Congele o peixe cru em freezer por 7 dias antes de servi-lo. De acordo com a Anvisa, esse cuidado aniquila os parasitos. A tiaminase, entretanto, permanecerá ativa. O congelamento não a destrói. Como a deficiência de vitamina B1 ocorre somente com
ingestão prolongada de tiaminase, restrinja a oferta de peixe cru a no máximo um dia por semana e seu peludo não correrá risco. Se quiser oferecer peixe com maior frequência que isso é só cozinhá-lo.

Como preparar?

Cozinhe os filés ou peixes inteiros moderadamente – já será o suficiente para destruir os vermes – em panela com pouca água, em assadeira, em grelha, em frigideira (não frite, apenas “grelhe” na própria água do peixe ou em um pouco de manteiga ou óleo de coco). 

Não use margarina (é fonte de gorduras trans) nem óleos como soja, milho, canola ou girassol – são gorduras inflamatórias, prejudiciais à saúde.

Ao cozinhar o peixe em panela de vapor ou convencional, eis uma dica para reduzir o cheiro de peixaria na sua cozinha: compre limão, corte uma unidade ao meio e coloque as duas metades na água. Isso neutralizará o odor em 70 a 80%!
Não recomendo cozinhar os alimentos para pets usando forno de microondas nem panela de pressão.

Quais são os peixes que fornecem ômegas-3?

Ômegas-3 DHA e EPA são ácidos graxos (gorduras) super do bem, que modulam quadros inflamatórios, combatem alergias, protegem a pele, o cérebro e o coração, dentre uma infinidade (mesmo!) de benefícios.

Muitos alimentos fornecem outros ômegas, os da série 6. Mas são relativamente poucos os alimentos que concentram os valiosos ômegas da série 3. O camarãozinho microscópico krill e os peixes marinhos oriundos de águas geladas e profundas são boas fontes desse lipídeo – caso do arenque, da anchova, da sardinha, da cavalinha, do atum e do salmão.
Mas é importante ressaltar que somente o salmão selvagem, aquele pescado no oceano, tem ômegas-3.

Infelizmente o “salmão” que encontramos à venda no Brasil pode ser oriundo de cativeiro. No seu habitat natural, o salmão se alimenta de camarõezinhos que lhe rendem o pigmento rosado da sua carne e os preciosos ômegas-3. Em contrapartida, o salmão de cativeiro come ração de milho e soja – que não se convertem em ômegas-3 e tampouco no tom róseo da carne. Nosso salmão geralmente é tratado com corantes pra ficar rosado.

É importante ressaltar que somente cerca de 10% do ômega-3 vegetal, encontrado nas sementes de chia, linhaça e castanhas, é tão assimilado pelo organismo canino.

Peixes a evitar

Nem todo peixe pode ser oferecido regularmente aos pets. Peixes predadores de grande porte, que vivem vidas longas e são pescados mais velhos apresentam maior contaminação por metais pesados, como chumbo, arsênico e mercúrio, além de outros poluentes. 

Essas toxinas se acumulam facilmente num corpo menor como o do cão e causam sérios prejuízos à imunidade, sistema neurológico e endocrinológico, além de aumentarem o risco de câncer.

Por isso evite peixões marinhos como o cação, o espada e o atum. Se fizer muita questão de oferecer atum ao seu cão, procure restringir a oferta a uma vez no mês.

Frescos x congelados x enlatados

O bom senso já nos diz, né? Peixe fresco é melhor que congelado. Mas caso você more em uma região onde não é fácil encontrar peixe fresco, vá de congelado mesmo.

E peixe enlatado? Bem, provavelmente não vai fazer mal oferecer ocasionalmente um pouco de atum ou de sardinha em lata. Eu costumo manter em casa como quebra-galho para quando acaba a carne e não dá pra sair pra comprar. 

Prefira sardinha conservada em azeite de oliva, porque óleos de soja e milho podem causar alergias nos pets. Em relação ao atum, prefira o tipo conservado em água. Mas descarte o líquido, é lotado de sal.

Ovos

Seu amigão pode comer ovos de galinha, codorna, pata, perua etc. A proteína do ovo é a mais bem aproveitada que existe. Ponto final. É em relação a ela que todas as outras proteínas são comparadas. Sua digestibilidade chega a 99%, gerando virtualmente zero resíduo para o rim eliminar.

O ovo ainda é repleto de vitaminas, dentre elas a colina, fundamental para o bom funcionamento do cérebro, coração e membranas celulares. A fosfatidilcolina presente na gema previne acúmulo de colesterol e gorduras no fígado, além de barrar elementos tóxicos.

Também é excelente para os olhos: contém luteína e zeaxantina, antioxidantes que previnem a degeneração macular. Ovo é fonte do mineral selênio (que protege o fígado, ativa a tiróide e fortalece a imunidade) e fornece vitaminas do complexo B. Contém ainda enxofre, que favorece unhas e pelos mais bonitos e fortes – e de crescimento mais rápido!

E o colesterol?

Ofereça o ovo completo: gema e clara. A gema é justamente a parte do ovo mais rica em nutrientes. Não se preocupe com colesterol. Níveis elevados de colesterol em pets são
relativamente incomuns e quando aparecem, geralmente são consequência de disfunções endócrinas, não da dieta.

Cães e gatos são sortudos, eles não sofrem de acúmulo de placas de gordura nas artérias porque metabolizam gordura diferentemente de nós. Você nunca ouviu falar de um cão ou gato que tenha passado por uma cirurgia para colocação de ponte de safena, não é verdade?

Ovo cru ou cozido?

Ovos crus são mais nutritivos e a maioria dos cães adora e os tolera bem. Podem veicular a bactéria salmonela, é verdade. Mas o que pouca gente sabe é que a salmonela é um habitante normal do intestino da maioria dos cães. 

Um estudo mostrou que até mesmo cães alimentados exclusivamente com ração eliminam essa bactéria nas fezes. Graças ao hábito natural canino de fuçar e lamber tudo, de patas a fezes, chão, lixo, grama etc, em algum momento de suas vidas nossos peludos acabam entrando em contato com essa bactéria difusamente presente no ambiente. Tanta exposição a bactérias como a salmonela acaba tornando nossos pets resistentes a ela.

Ovos crus também contêm um antinutriente, assim como a tiaminase de alguns peixes crus. Estou falando da avidina, uma proteína que pode bloquear a absorção da biotina (ou vitamina H), integrante do complexo B. O cozimento destrói completamente a avidina. Mas não é necessário ir tão longe – a não ser que seu cachorro rejeite ovo cru.

Deficiência de biotina por consumo de ovo cru é raro e está associada ao consumo prolongado apenas da clara crua, sem a gema. A gema fornece doses generosas de biotina, compensando os efeitos da avidina presente na clara. Desde 2008 ofereço ovos crus aos meus pets e acompanho incontáveis pacientes adeptos de dietas com ovos crus.

Acredito ser seguro oferecer ovos crus – desde que o pet goste e não apresente nenhum sinal de intolerância, como vômito ou diarreia – até 2 dias por semana. A quem deseja oferecer ovos com maior frequência recomendo cozinhar levemente, por 3 a 5 minutos – já será o bastante para destruir a salmonela, sem afetar os nutrientes. Essa tem sido minha orientação desde 2008, com resultados super seguros.

 Convencionais ou orgânicos?

Se puder comprar ovos orgânicos e/ou de galinhas criadas soltas (os tais ovos caipiras), melhor. Eles são mais nutritivos e contêm menos toxinas.
Se ovos orgânicos ou de galinhas criadas soltas estiverem fora do seu orçamento, compre ovos convencionais. O que não vale é deixá-los faltar na dieta.

Como incluir ovos na dieta?

O ovo de galinha pesa em média 50 gramas e o de codorna, 11 gramas. Uma a duas vezes por semana, simplesmente substitua 50g da porção de carnes do total diário seu peludo por 1 ovo de galinha cozido. Se a porção diária de carnes dele não chega a 50g, use ovo de codorna.

Exemplos:

Se seu cão recebe 80g de carne crua desossada por dia, simplesmente substitua 50g dessa carne por 1 ovo de galinha. O total diário vai ficar assim: 30g de carne + 1 ovo. Faça isso uma ou duas vezes por semana.

Se você tem um cãozinho que recebe um total de 30g de carne desossada por dia, simplesmente troque a porção de carne por 2 ou 3 ovinhos de codorna ou meio ovo de galinha, uma a duas vezes por semana. O ovo pode substituir parcialmente ou totalmente a porção de carnes da dieta.

Se você tem um cão de porte grande ou gigante, tudo bem usar até dois ovos de galinha por dia. Em geral, não há problema incluir ovos com maior frequência na dieta, por exemplo, três vezes por semana.

 Vísceras

Também conhecidas como miúdos ou órgãos, essas peças são uma indispensável reserva de vitaminas e minerais para carnívoros
como o seu cão.

A presença diária de um pouco de vísceras na dieta previne e corrige deficiências nutricionais e faz as vezes dos órgãos da presa que o seu predador de estimação abateria na natureza.

Eu sei que a maioria de nós considera vísceras nada apetitosas.
Mas não deixe de oferecê-las só porque você não as comeria ou por achar que as carnes já fornecem esses nutrientes.

Não é verdade; carnes são infinitamente mais pobres que as vísceras. Uma pequena quantidade de vísceras diariamente na dieta é fundamental para garantir o sucesso da AN. Lembre-se: o corpo não produz minerais, eles precisam obrigatoriamente vir da alimentação.

Como vimos anteriormente no item “carnes”, peças como língua, moela, coração e bucho não são consideradas vísceras, mas carnes, por serem musculosas.

As vísceras representam 5% do total da AN crua sem ossos. Mas acredite: esses 5% de miúdos na dieta costumam ser o bastante. Abusar de vísceras pode acarretar diarreia e até problemas de saúde por excesso de vitaminas.

Consideramos como sendo vísceras os seguintes órgãos, de qualquer animal:

Fígado (os mais fáceis de encontrar são o de frango e o de boi, mas há quem ache de porco).

Rim
Baço (conhecido vulgarmente como “passarinha”)
Pulmão (ou “bofe”)
Cérebro (o “miolo”)
Pâncreas
Intestino

Fígado

Costumo chamar o fígado de “rei das vísceras”, porque ele é de longe o item mais importante dessa categoria. Se você não comprar outras vísceras por falta de disponibilidade (ou por nojo) e tiver que escolher apenas uma víscera, escolha o fígado e pelo menos varie entre o bovino e o de frango.

Fígado é simplesmente a fonte mais concentrada que existe de vitamina A (a saúde dos olhos, pele e a imunidade agradece!), mas também fornece vitaminas C, D, E, K, os minerais selênio, manganês, zinco e ferro, além de conter todas as vitaminas do complexo B, em especial B2, B3, B5, biotina, ácido fólico, B12, colina e inositol. Quer mais? Fígado é uma proteína de excelente qualidade e ainda apresenta um pouco de ácidos graxos ômegas 3 e 6.

Não se deixe levar por alegações de que fígado é obrigatoriamente um alimento contaminado, cheio de toxinas. Sinceramente? Ao riscar o fígado do cardápio, quem sai perdendo é o seu peludo. Há muito mais excelentes razões para inclui-lo na dieta que para omiti-lo.

Não há bons motivos para desconfiar de fígado de boa procedência, comprado em um estabelecimento onde você compraria alimentos para você e para a sua família. Antes do abate, os animais de produção são submetidos a um rigoroso jejum de sólidos e durante esse período é proibido administrar a eles qualquer medicamento. Essa conduta favorece a desintoxicação de resíduos, purificando também o fígado do animal.

E veja que interessante: comer fígado ajuda no combate a toxinas. Isso porque fígado contêm doses generosas de vitaminas do complexo B e selênio, elementos que participam da desintoxicação do organismo.

Desde 2008 ofereço regularmente fígado de boa procedência aos meus pets. Monitoro a saúde deles com exames semestrais e até hoje nenhum deles exibiu nenhum sinal de intoxicação ou de dano hepático ou renal. Mas não fico só no fígado como víscera. Na vasilha dos meus pets também entram baço, pulmão, cérebro e rim.

Se ainda assim você tem receio de oferecer esse miúdo, saiba que pode comprar fígado de frango criado em sistema livre de antibióticos ou orgânico (um exemplo seria a marca Korin).

Outras vísceras

Nutricionalmente, o rim é similar ao fígado, com bons níveis de ácidos graxos, vitaminas como a A, D, E e K, além de zinco, ferro, todas as vitaminas do complexo B e, claro, proteína. Uma vantagem sobre o fígado é o preço, muito mais baixo. Isso faz do rim uma víscera interessante a quem tem muitos pets ou cães de porte grande.

Pulmão (ou bofe) é super baratinho, mas dentre as vísceras, é um pouco mais pobre em nutrientes. Mesmo assim, costumo inclui-lo na dieta dos meus pets porque contém bastante vitamina C e uma substância chamada surfactante, benéfica ao sistema respiratório.

Pouca gente sabe disso, mas o baço apresenta nove vezes mais ferro que o fígado! Isso porque ele na verdade é uma polpa de glóbulos vermelhos. Também costuma ter um preço ótimo. Conhecido vulgarmente como “passarinha”, esse órgão fornece ainda proteína, potássio, selênio e magnésio em quantidades apreciáveis.

Cérebro, ou “miolo”, é uma excelente fonte de glicose, vitamina C, vitamina B12, niacina, selênio e é riquíssimo no ácido graxo ômega-3 DHA, gordura do bem que protege justamente o cérebro.

Pâncreas e intestino (conhecido em inglês como green tripe, ou tripa verde) infelizmente são difíceis de encontrar.

O pâncreas reúne um universo de enzimas que ajudam a digerir melhor os alimentos, otimizando o aproveitamento dos nutrientes e prevenindo gastrite, diarreia e até alergias (sim, existe uma importante relação entre má digestão e reações alérgicas).

Intestino, a víscera mais nojenta de todas, é o segundo miúdo mais valioso depois do fígado. O duro é encontrá-lo. Fora do Brasil, o green tripe pode ser comprado até pela Internet. E é importante que esteja integral, “sujinho”, contendo um pouco de fezes da vaca. 

Porque aí é certeza que contém fibras (pasto digerido), enzimas e trilhões de bactérias saudáveis, tornando esse alimento um valiosíssimo probiótico.
(Re)lembrando que peças como língua, bucho, coração e moela não contam como vísceras, mas como carnes (veja o parágrafo sobre carnes). Tenho uma regrinha que ajuda a memorizar e distinguir uma categoria da outra. É melequento, viscoso? Então é víscera. Rim, miolo, pulmão e fígado são assim. Parece carne? Conta como carne. Moela, língua e coração têm aparência de bife.

Como preparar ?

Não é recomendável lavar carnes e vísceras, salvo em caso de sujeira aparente. Lavar esses alimentos transporta partículas da superfície para dentro delas.
Compre vísceras limpas, sem excesso de gordura e já cortadas em tiras, cubos grandes ou cubos pequenos (corte “estrogonofe”), é só combinar com o fornecedor. Ou, claro, corte em casa.

Evidentemente, as vísceras na AN crua sem ossos são oferecidas cruas. Ou seja, dispensam totalmente o cozimento.
Super importante: para serem oferecidas crus com segurança, carnes, vísceras e peixes crus devem obrigatoriamente passar por um período de congelamento profilático em freezer por 3 a 7 dias, dependendo do tipo de carne. 

Esse cuidado destrói parasitos que podem estar presentes nesses alimentos crus. Leia aqui TUDO sobre as bactérias e vermes que as carnes cruas podem veicular e como driblá-los com segurança e eficiência.

Vegetais

 Na natureza lobos complementam a dieta com frutas, raízes, a pasta de vegetais em processo de digestão no estômago e intestino das presas, além de mordiscarem graminhas – hábito que nossos cães mantêm até hoje.

O consumo de matéria vegetal fornece fibras solúveis e insolúveis que auxiliam no trânsito intestinal, prevenindo constipação e nutrindo colônias de bactérias intestinais benéficas. Além disso, legumes, hortaliças, frutas e verduras contribuem com vitaminas, minerais e preciosíssimos fitonutrientes – é o caso de antioxidantes como os carotenóides e flavonóides que combatem doenças degenerativas como o câncer e retardam o envelhecimento. 

Vegetais na AN crua sem ossos para cães representam 30% da dieta para cães adultos.
Você pode incluir uma ampla variedade de vegetais na dieta do seu peludo. Contudo, há algumas regrinhas a seguir para certas famílias de vegetais.

Vegetais sem restrição

Itens que podem ser oferecidos até diariamente:

Folhas: agrião, catalonha, salsão, alface, rúcula, acelga, folhas de beterraba, folhas de cenoura, salsinha, salsa e manjericão
 Quiabo

Pimentões (prefira os vermelhos e amarelos; são mais nutritivos e fáceis de digerir que os verdes. Não precisa retirar a pele, mas remova as sementinhas)

Chuchu (não precisa descascar)
Alcachofra
Brócolis
Couve-flor
Repolho
Pepino
Aspargos
Rabanete
Palmito pupunha ou palmito açaí
Ervilha-torta (também conhecida como “orelha de padre”)
Vagem macarrão ou holandesa
Tomate (não precisa retirar as sementinhas ou a pele)
Talos de salsão
Cenoura
Abóboras de qualquer tipo (também conhecidas como jerimum)
Beterraba
Berinjela
Jiló
Brotos germinados de alfafa, trevo, feijão ou brócolis
⦁ Algas (nori, akame, kombu etc) hidratadas, para remover o sódio, e trituradas

Quer uma dica? Não se esqueça das folhas, principalmente as verde-escuras. Elas são incrivelmente densas em nutrientes. Associe regularmente folhas picadinhas (cruas ou cozidas, mas sempre bem picadinhas) aos legumes do seu amigão.

Se preferir, pode refogá-las em um pouquinho de manteiga sem sal ou óleo de coco e alho picadinho (não use cebola, é tóxica para os cães). Nossos cães são fãs de couve, salsão e rúcula e comem bem até mesmo agrião e espinafre.

Espinafre

Que esse verdinho é uma superpotência em termos de nutrientes, todo mundo que cresceu assistindo Popeye sabe. O que pouca gente sabe é que ele concentra quantidades enormes de um elemento chamado ácido oxálico, que pode favorecer a formação de cristais e cálculos (“pedras”) de ácido oxálico em indivíduos geneticamente predispostos a isso e que consomem espinafre com muita regularidade. Minha dica é oferecê-lo uma vez por semana, cortado fininho (picado ou triturado) e cozido em água com panela descoberta. Depois descarte a água do cozimento do espinafre. Você também pode oferecê-lo diariamente por alguns dias, mas depois passe um tempo sem servir esse verdinho. Esses
cuidados reduzem a concentração de ácido oxálico ingerido.

Vegetais a evitar

Cebola: é tóxica para cães, causando uma grave anemia.

Soja: não é uma fonte de proteína adequada a carnívoros e está associada a desbalanços hormonais e alergias em cães e gatos.

Milho: está associado a alergias em cães e gatos.

Evite também combinar na mesma receita vegetais que fermentam, como brócolis, couve-flor e repolho. Ou seu pobre peludo poderá virar um saco- de-puns e sofrer com dor abdominal.

Cão com dor nas articulações? Maneire nas solanáceas!

Existe uma família de legumes conhecidos como solanáceas. Fazem parte dela o jiló, os pimentões, a berinjela, o nabo, o tomate, o pepino e a batata branca. Alguns estudiosos
têm contraindicado os vegetais dessa família a indivíduos (humanos e animais) que sofrem de doenças inflamatórias, principalmente ortopédicas, como artrite ou artrose. Eles alegam que esses legumes concentram alcalóides que podem agravar as dores do quadro. Mas tudo bem mantê-los no cardápio de caninos saudáveis.

Vegetais frescos x congelados x enlatados

O bom senso já diz, né? Frescos são sempre mais nutritivos. Mas é útil ter no freezer alguns pacotes de legumes cortadinhos congelados, tipo seleta, para imprevistos. Eles resistem por meses. Legumes enlatados, em contrapartida, não são uma boa alternativa: costumam ser lotados de sódio e podem conter aditivos controversos, como conservantes e reguladores de acidez.

Vegetais crus ou cozidos?

Por causa de seu intestino curto e limitado, a especialidade dos cães não é digerir vegetais. Isso fica claro quando eles ganham cenoura crua para roer. No dia seguinte, o cocô está cheio de pedacinhos alaranjados mal digeridos. 

Mas calma, você não precisa deixar de oferecer cenoura crua como lanche ao seu amigão. O objetivo do lanche não é tanto nutrir, mas distrair e premiar o pet, de modo que não tem problema ele não aproveitar bem a cenoura crua.

Com os vegetais oferecidos nas refeições, contudo, a coisa é diferente. Queremos que o peludo digira e assimile ao máximo os nutrientes desses alimentos. E para isso acontecer, precisamos modificar a estrutura da celulose dos legumes. Precisamos meio que pré-digerir os vegetais para eles.

Existem duas maneiras de servir os vegetais na AN crua sem ossos para cães: triturando-os crus, ou cortando-os em pedaços e cozinhando-os. (Há até quem cozinha levemente os vegetais e em seguida os tritura, o que também é super vantajoso.) A trituração com liquidificador, processador ou mixer destrói a parede de celulose do vegetal, aumentando sua digestibilidade. O que não vale é servir nas refeições legumes e verduras cruas em pedaços – sem triturar ou cozinhar.

Mas cru ou cozido? Tanto faz, na verdade. Legumes cozidos são mais gostosos e certos fitoquímicos valiosos, como o licopeno do tomate, são ativados pelo cozimento. Crus, concentram mais vitaminas e retêm enzimas que auxiliam na digestão dos alimentos.
Veja o que seu cão prefere.

Se ele aceitar vegetais triturados crus e misturados a carnes e vísceras, ótimo. Assim é menos trabalhoso. Mas se ele só come legumes cozidos, tudo bem, também. E se você preferir alternar a oferta de legumes crus e triturados com legumes cozidos e cortados, tudo bem também. Provavelmente assim seu peludo terá acesso ao melhor que cada tipo de preparo tem a oferecer.

Apenas tenha em mente que nem todo vegetal pode ser oferecido cru. Alguns legumes não são bem digeridos crus, mesmo estando triturados. Veja abaixo quem são eles e cozinhe-os sempre:

Vagem
Ervilha-torta (ou “orelha de padre”)
Ervilha
Abóbora (ou jerimum)
Os demais legumes podem ser oferecidos crus ou cozidos

Como preparar?

Cascas em geral concentram fibras e nutrientes interessantes. Tudo bem mantê-las se seu cão não se importar e não apresentar sinais de indigestão (gases excessivos, fezes amolecidas etc).

Se optar por oferecer legumes crus, lave-os bem e triture-os usando um mixer, processador ou liquidificador comum com um pouquinho de água para bater melhor. Ralar não é o bastante, é preciso triturar. Combine vegetais adocicados com vegetais amargos. Cenoura ou beterraba (adocicados) com couve-manteiga ou brócolis, por exemplo. É um jeito de deixar a polpa mais gostosa. Adição de um pouco de alguma fruta também adoça o “purê”.

Se decidir cozinhar os vegetais, use assadeira, panela de vapor ou panela com água. Refogá- los com um fio de óleo de coco, manteiga sem sal ou azeite também é boa pedida. Cozinhe até ficarem tenros; nem muito moles, nem duros. O cozimento excessivo acarreta perda de nutrientes. Não recomendo cozinhar os alimentos para pets usando forno de
microondas nem panela de pressão.

Carboidratos

Esta é a única categoria de alimentos da AN crua sem ossos que obrigatoriamente requer cozimento.

Carboidratos representam 35% da Alimentação Natural crua sem ossos para cães e fornecem energia (amido), fibras, minerais, vitaminas e fitoquímicos interessantes. Os carboidratos presentes na nossa AN não são como os empregados pela maioria das rações secas – subprodutos baratos e inflamatórios de milho transgênico, soja e trigo.

Nada disso. Nas AN sem ossos do Cachorro Verde entram tubérculos bacanas e/ou grãos, cereais e leguminosas variados e nobres, com muito a contribuir.
Vejamos abaixo todas as opções que podem integrar o cardápio do seu pet.

Tubérculos (raízes)

Mandioquinha – também conhecida como batata-baroa ou batata-salsa, concentra vitaminas B e C e é fácil de digerir.
 Inhame – é um ótimo depurador do sangue, mandando embora toxinas.

Cará – estimula a fertilidade e depura o organismo.
Batata-doce roxa e branca – reforça a imunidade e é uma super fonte de vitamina A.
Batata yacón – contém inulina, fibra funcional que reduz as taxas de açúcar no sangue. É adocicada (lembra uma fruta) e pode ser consumida crua ou cozida.

Mandioca (aipim ou macaxeira): apresenta complexo B, cálcio e potássio.

Grãos, cereais e leguminosas

⦁ Arroz integral ou parboilizado
Aveia em flocos (sempre cozida)
Quinoa
Painço
Cevadinha
Lentilha
Feijões de qualquer variedade
Ervilha
Grão-de-bico

Tubérculos ou grãos – qual é o melhor grupo de carboidratos?

Pessoalmente, prefiro usar e abusar dos tubérculos. As raízes não contêm glúten, são fáceis de digerir e são familiares aos cães, dado que lobos as consomem em situações de escassez de alimentos. Preferir carboidratos de tubérculos no lugar dos grãos torna a dieta mais biologicamente adequada à fisiologia canina.

Grãos, cereais e leguminosas também fornecem uma vasta riqueza de vitaminas, minerais e fitonutrientes, além de fibras. Mas exigem mais do trato digestório de nossos carnívoros de estimação, que não evoluíram para consumir esse tipo de alimentos.

Alguns deles, caso da aveia, centeio e cavada, contêm glúten, uma proteína que pode desencadear alergias ou problemas intestinais em pets predispostos.

Os grãos e cereais de digestão mais tranquila costumam ser o arroz parboilizado ou integral e a quinoa. As leguminosas – ervilha, grão-de-bico, lentilha e feijões – podem causar transtornos como cólicas por gases e fezes amolecidas se não forem preparados da forma correta (dicas a seguir).

Faça o teste e veja o que funciona melhor para o seu amigão. Alguns cães parecem digerir grãos, cereais e leguminosas sem dificuldades. Outros só ficam bem com arroz e quinoa. Não há problema combinar tubérculos e grãos na mesma receita ou refeição (exemplo: metade inhame e metade arroz parboilizado, ou metade mandioquinha e metade arroz integral com quinoa).

Carboidratos a oferecer com moderação:

Arroz branco – por ser refinado, é pobre em nutrientes como fibras e vitaminas do complexo B e possui um índice glicêmico mais elevado. Em outras palavras, faz as taxas de açúcar no sangue subirem e é mais engordativo. Mas é uma boa opção para convalescentes, debilitados e para remediar quadros agudos de diarreia e vômitos porque não fermenta e tem alta digestibilidade.

Batata inglesa (comum) – é como o arroz. Mais pobre em nutrientes em relação aos outros tubérculos, mas pode ser oferecida ocasionalmente. Possui alta digestibilidade, sendo outra ótima opção para pets doentes e com transtornos gastrintestinais.

Arroz negro e arroz sete grãos – são ótimos alimentos, densos em nutrientes, mas não bem digeridos pelos cães. Mesmo quando deixados de molho e cozidos até ficarem molinhos, costumam sair inteiros nas fezes.

Carboidratos não recomendados:

Milho e seus derivados (polenta, maisena) – são alergênicos para muitos cães e quase sempre transgênicos.

Soja e seus derivados – alergênica para muitos cães, sua ingestão frequente pode interferir com a regulação hormonal.

Trigo e triguilho – alergênicos para muitos cães.

Macarrão – trigo é alergênico para cães. Mas se a massa for de quinoa, grão de bico ou arroz, tudo bem oferecer.

Pão – em geral contém muito açúcar, sódio e é feito com farinhas refinadas de trigo, patrocinando obesidade, aumento da glicose no sangue e da pressão arterial – além de aderir aos dentes.

E o tal do glúten?

Discussões sobre o glúten estão em alta e também são válidas para nossos pets. Essa proteína encontrada em grande quantidade no trigo (tanto integral quanto refinado), centeio, triguilho, cevada, cevadinha e até aveia pode desencadear sintomas óbvios de intolerância – diarreia, vômito – ou mais vagos, como dores nas articulações, queda de pelos, coceira e gases. Se seu peludo tem histórico de alergia e problemas gastrintestinais, ou mesmo qualquer outra doença inflamatória, convém evitar toda essa turma.

Como preparar

Com os tubérculos não tem muito segredo. Costumo deixar até mesmo a casca do inhame e cará para meus cães, porque cascas concentram nutrientes. Mas, se preferir, descarte as cascas. Lave as raízes bem, corte em quadradinhos e cozinhe em panela a vapor, panela com pouca água ou asse no forno.

Ao oferecer batata inglesa (comum) com a casca, prefira cozinhar em panela com água e descarte a água. É que a casca da batata concentra um alcalóide chamado solanina, que pode fazer mal à saúde, e que é destruído quando é fervido em água.

Grãos, cereais e leguminosas são melhor digeridos pelos cães e geram menos gases quando são deixados de molho antes de serem cozidos. Similar ao que se recomenda fazer com feijões. O objetivo dessa prática é reduzir os teores de antinutrientes – elementos que atrapalham a digestão – como o ácido fítico. Leia mais sobre os benefícios da pré-fermentação de grãos nesse ótimo artigo escrito pela culinarista funcional Pat Feldman.

Funciona assim: coloque os grãos em uma cuba de vidro e cubra-os com água morna. Adicione algumas gotas de soro de iogurte ou de limão para dar um empurrãozinho ao processo de fermentação. Mantenha arroz, aveia em flocos, painço, cevadinha e quinoa de molho por doze horas. Depois é só descartar essa água e cozinhar como de costume. Você verá que o cozimento ocorrerá super rapidamente e os grãos ficarão mais molinhos e inchados, o que é ótimo.

Em relação às leguminosas – feijões, lentilhas, grão-de-bico e ervilhas – aumente o tempo de molho para 18 ou 24h, descartando a água e adicionando água morna nova a cada 10-12h, com novas gotinhas de limão ou soro de iogurte. É normal e esperado juntar um monte de espuma sobre os grãos – é a fermentação acontecendo.

Depois descarte a água, cozinhe normalmente e, 30 minutos depois, troque a água da panela por outra. Esses cuidados reduzem enormemente a fermentação que gera gases e desconforto durante a digestão desses alimentos.

Se não puder sempre deixar os grãos de molho antes de prepará-los, tudo bem. Cozinhe-os bem, até ficarem molinhos e sirva. Mas podendo pré-fermentá-los antes do cozimento, será muuuuuito melhor, principalmente em se tratando dos grãos da família das leguminosas (feijões e cia). O único grão que dispensa o molho é o arroz branco, que não é fermentativo. Esse você pode sempre cozinhar direto.

Mais uma vez, não recomendo cozinhar os alimentos para pets usando forno de microondas nem panela de pressão.

Ervas e especiarias

Temperinhos como alecrim e salsinha fazem muito mais que apenas saborizar e perfumar as refeições. Eles contribuem com antioxidantes importantes e com fitonutrientes capazes de desintoxicar o fígado, afinar a bile, estimular a imunidade, combater fungos e estabilizar as taxas de açúcar no sangue. As opções seguem abaixo:

Salsinha
⦁ Alecrim
Estragão
Tomilho
Orégano
Dill / Endro
Manjericão
Sálvia
Hortelã
Canela
Açafrão-da-terra (a cúrcuma)
Gengibre fresco ralado

Frescos e picadinhos na hora são mais nutritivos, mas você pode usar a versão desidratada à venda em supermercados. Acrescente uma pitada durante o cozimento dos carboidratos ou no momento de triturar os vegetais, ou ainda na hora de servir a refeição. 

Mas não use o mesmo temperinho diariamente por um período prolongado. Ervas e raízes têm propriedades medicinais e podem interagir com compostos da dieta e medicações. O ideal é variar os verdinhos!
Se seu peludo não curtir, esqueça. São completamente opcionais.

Frutas

Elas são deliciosas e nutritivas! São inúmeras as opções de frutas para complementar a porção de vegetais da dieta ou serem oferecidas à parte, como lanche ou petisco: 

Blueberries (mirtilo), maçã ou pêra sem sementes (as sementes delas contêm ácido cianídrico, uma substância tóxica), pêssego (sem caroço), abacate (a polpa não é tóxica, mas a casca é), ameixa, banana, melancia, melão, goiaba, morango, mamão, kiwi, laranja, mexerica, abacaxi, romã, acerola, pitanga, caqui, jabuticaba, romã, figo, damasco, framboesa, manga (sem caroço) etc.

Somente duas frutas devem ser riscadas do cardápio do pet: as uvas (incluindo passas) e a carambola. Ambas podem prejudicar seriamente os rins dos cães e gatos.

Mesmo as frutas cítricas podem ser oferecidas, desde que com moderação. O pH do suco gástrico do cão é extremamente ácido, por volta de 1.0. O que é acidez para um estômago já mega ácido? De qualquer maneira, use o bom senso. Se seu peludo passou mal logo após ingerir um pedaço de fruta cítrica, não ofereça mais.

Você pode até incluir um pouco de frutas na porção de legumes e verduras da dieta. Só não substitua totalmente os legumes por frutas. Elas contêm açúcar, que, combinado com a proteína das carnes e um pH estomacal super ácido, pode emperrar a digestão.

Frutas podem ser oferecidas com casca ou não – como seu amigão preferir. Minha Golden Retriever, a Corah, adora até casca de banana. As cascas que restrinjo são a do maracujá, do abacate (contém uma toxina), do melão e da melancia.

Ao servir frutas como lanche, não ultrapasse a quantidade máxima recomendada de petiscos, que é de 10 a 15% a mais do total de alimentos oferecidos no dia. Por exemplo, se seu cão recebe 500g de AN por dia, você pode oferecer a ele de 50g a 75g à parte de frutas como petisco. Mais que isso interfere no balanceamento da dieta e fornece açúcar (frutose) em excesso. Mesmo que o seu canino seja louquinho por frutas, não abuse da quantidade.

Atenção

Complementos

Toda e qualquer dieta caseira requer adição de alguns complementos. Até mesmo a mais bem preparada, com ingredientes selecionados de excelente qualidade. Complementos são indispensáveis por vários motivos:

Eles devolvem à dieta nutrientes perdidos durante o congelamento, o descongelamento, a trituração e o cozimento dos alimentos.

Por melhor que seja uma dieta caseira, ela é sempre inferior à alimentação que seu cão teria na natureza. No ambiente natural,
presas e predadores vivem em condições ideais e o cão selvagem consome todos os tecidos da presa, incluindo partes nutritivas que não servimos como ossos, sangue, intestino e pâncreas, além de complementos como insetos, cogumelos, sementes etc.

Assim como você, seu cachorro está exposto aos danos oxidativos do estresse e dos insultos ambientais – poluição, ácaros, pesticidas, agrotóxicos, contaminantes na água, resíduos de medicamentos, de pipetas anti-pulgas, de vacinas etc. Se ingeridos regularmente, certos alimentos funcionais são capazes de atuar na neutralização de toxinas, na modulação de quadros inflamatórios e no reforço das defesas naturais do organismo.

Por todos esses motivos, não deixe de incluir os complementos na dieta do seu cão. Eles são uma categoria indispensável da AN e garantem que seu peludo esteja recebendo tudo o que precisa para viver com saúde.
Na AN crua sem ossos para cães há complementos obrigatórios e opcionais. Veja-os abaixo:


Complementos obrigatórios

Suplemento vitamínico-mineral completo
Óleo vegetal de boa qualidade (azeite de oliva extra virgem, óleo de linhaça ou óleo de côco)

Complementos opcionais

Óleo de peixe (ômegas-3) em cápsulas de 500mg ou de 1g
Iogurte natural integral, coalhada natural integral ou kefir
Sal integral
Alho fresco picadinho

A quantidade de cada complemento a servir diariamente será informada nos próximos parágrafos. Agora vamos entender em detalhes por que cada um desses complementos merece espaço na dieta do seu peludo.

Suplemento vitamínico-mineral completo

Até 2016 eu não conhecia um suplemento brasileiro para cães que fosse completo quanto a vitaminas e minerais e que não contivesse ingredientes transgênicos e/ou conservantes controversos, como BHT e BHA. Por esse motivo, indicávamos a associação entre uma fonte de cálcio (farinha de cascas de ovos ou cálcio manipulado em farmácia) e uma fonte de minerais e vitaminas do complexo B (levedo de cerveja).

Óleo vegetal

As opções dentro desta categoria são o azeite de oliva extra virgem, o óleo de côco e o óleo de linhaça. Tudo bem escolher somente um, embora variar dois ou os três óleos seja mais vantajoso.

O azeite de oliva é um clássico da gastronomia mediterrânea, notória por promover a longevidade e contribui com ômegas-9, vitaminas E e K, polifenóis (que combatem os temidos radicais livres), além de ser intensamente anti-inflamatório e prevenir constipação. Prefira sempre a versão extra virgem em garrafa de vidro escurecida.

Óleo de coco também mantém o intestino em ordem, confere brilho e maciez incríveis à pelagem, combate fungos e turbina a imunidade graças ao alto teor de ácido láurico.

Por fim, o óleo de linhaça em garrafa escura de vidro fornece um pouco de ômegas-3 vegetais, ômegas-6, mantém pelos e unhas mais fortes e os olhos bem lubrificados.

Se possível, alterne os três óleos – um por dia, por exemplo.

A dosagem de óleo vegetal de boa qualidade na dieta é a seguinte para cães de:

até 5kg de peso: 1 colherinha de café sobre 1 das refeições diárias
5 a 15kg de peso: 1 colher de chá sobre 1 das refeições diárias
15 a 25kg: 1 colher de sobremesa sobre 1 das refeições diárias
25 a 35kg: 1 colher de sopa sobre 1 das refeições diárias
35kg ou mais: 1 ½ colher de sopa sobre 1 das refeições ou 2 colheres de sopa

Óleo de peixe em cápsulas – opcional

É uma das principais fontes de ômegas-3 DHA e EPA, gorduras que combatem alergias e inflamações, reduzem as taxas de colesterol e triglicérides e protegem a pele, coração e os vasos sanguíneos. É especialmente benéfica a filhotes e idosos por turbinar o sistema imunológico e o desempenho cognitivo.

Além de ajudar na prevenção de doenças, incluir cápsulas de óleo de peixe na alimentação equilibra os ácidos graxos (ômegas-3 e ômegas-6) da dieta.
(Atenção: óleo de peixe não é a mesma coisa que óleo de fígado de bacalhau. Óleo de fígado de bacalhau fornece doses elevadas de vitaminas A e D e é indicado para prevenção ou combate ao raquitismo.)

A dosagem de manutenção que sugiro para cães saudáveis de até 15kg de peso é uma cápsula de 500mg três vezes por semana, juntamente com uma das refeições diárias. E para cães com mais de 15kg, sugiro uma cápsula de 1g três vezes por semana. Compre ômegas-3 de óleo de krill (um camarãozinho microscópico) ou de peixe (mais fácil de encontrar) em farmácias humanas, pet shops (há cápsulas específicas para cães) ou em lojas de produtos naturais. Para melhores resultados, mantenha o frasco na geladeira.

A maioria dos cães topa comer a cápsula gelatinosa se você enterrá-la na refeição antes de servir. Mas, se seu peludo for esperto e desprezar a cápsula, corte a pontinha dela com uma tesoura, despeje o conteúdo na refeição, misture e sirva imediatamente pra não dar tempo do óleo oxidar.

Omita o óleo de peixe da dieta caso seu pet seja alérgico a peixe. Suspenda também em caso de anemia, antes e logo depois de cirurgias e se o pet estiver fazendo uso de medicações que afetam a coagulação (como ciclosporinas e aspirinas), porque o óleo de peixe também afina o sangue.

Obs: peixes como sardinhas e cavalinhas in natura ou mesmo enlatadas são fontes fantásticas de ômegas-3 em seu estado natural. Se puder oferecê-las duas vezes por semana, regularmente, você pode até desconsiderar minha sugestão para suplementação com óleo de peixe em cápsulas.

Iogurte natural integral, coalhada ou kefir – opcional

 Alimentos lacto-fermentados fornecem boas bactérias, como as do gênero bifidobacterium, os famosos lactobacilos. Essas bactérias saudáveis colonizam o intestino e lá melhoram a digestão, sintetizam vitaminas, modulam quadros inflamatórios e defendem o hospedeiro de infecção por bactérias patogênicas, as “do mal”.

Essas bactérias boazinhas recebem o nome de probiótico e o imenso bem que elas fazem à saúde é um dos tópicos de pesquisa mais quentes da atualidade.

Kefir são grânulos compostos por bactérias e leveduras usados na produção de uma versão mais “power” do iogurte comum. Leia mais sobre esse super complemento
probiótico nesse ótimo blog. Teoricamente, kefir não se vende (embora possa ser adquirido em sites como o Mercado Livre), se doa. Há fóruns específicos na internet para localização de doadores de grânulos.

Coalhada natural ou iogurte integral são outras opções interessantes de alimentos com efeitos probióticos. Podem ser preparados em casa ou comprados em supermercados. 

Escolha produtos com a composição mais simples possível, esses são os melhores.
Idealmente, iogurte e coalhada são compostos somente por leite e cultura láctea (as bactérias que transformam leite em iogurte ou coalhada). Fuja de produtos coloridos ou com adição de amido, açúcar, geleias, conservantes etc. Prefira integrais a desnatados. Por incrível que pareça, desnatados contêm mais sódio e açúcares.

Você sabia que é possível preparar iogurte em casa? Confira essa receita, ou ainda, compre sachês de cultura láctea, como o Bio Rich e prepare um super iogurte. Uma vez abertos, iogurte e coalhada podem ser mantidos em geladeira por até uma semana, desde que acondicionados em recipiente tampado.

A dosagem diária de iogurte, kefir ou coalhada na dieta é a seguinte para cães de:

até 5kg: 1 colher de chá
5kg -10kg:1 colher de sobremesa
10-20kg: 1 ½ colher de sobremesa
20-35kg: 1 colher de sopa a 1 ½ colher de sopa
35kg+: 2 colheres de sopa

Ofereça em uma das refeições ou à parte, como lanche, diariamente. Não é necessário (e na verdade nem indicado) adoçar.

Sal integral - opcional

Por incrível que pareça, o sódio é fundamental para o equilíbrio da pressão arterial, dos sais minerais no organismo e para a saúde dos rins. Está presente no sangue das presas, que não temos condições de oferecer aos pets.

Os melhores sais são o Sal Rosa do Himalaia, o Sal Cinza de Guérande, a Flor do Sal e o Sal Marinho. São sais não refinados que naturalmente contêm dezenas de minerais difíceis de encontrar em outros alimentos, além de sódio.

Você encontra esses sais especiais em supermercados requintados, lojas de produtos naturais e em lojas na Internet. Valem o investimento, porque duram muuuuuuito tempo. Se não quiser/puder usar esses sais, vá de sal iodado normal, mesmo. Só não deixe de usar.
A dosagem é uma leve pitadinha em uma das refeições diárias ou uma pitada “normal” no preparo dos legumes.

Alho - opcional

Sim, é verdade que o alho consumido em excesso pode causar anemia nos cães. Mas é só cuidar da dose que essa planta bulbosa traz um mundo de benefícios com muita segurança: combate e previne o câncer e vermes intestinais, regula as taxas de açúcar, triglicérides e colesterol no sangue, aumenta a resistência natural a pulgas e carrapatos, reduz o risco de derrames, desintoxica o fígado e alivia quadros inflamatórios.

Muitos veterinários holísticos, como os norte-americanos autores de livros Dr. Richard Pitcairn Ph.D e a Dra. Karen Becker recomendam há muitos anos a inclusão de um pouquinho de alho na dieta dos cães. 

A longa tradição de oferta segura também é reconhecida pelo formal órgão norte-americano de pesquisa National Research Council (NRC), que também estabelece diretrizes para formulação de alimentos para pets.

De acordo com esse trabalho científico a dose tóxica de alho para um cão de 32kg seria algo como 75 dentes ou 5 cabeças inteiras de alho, e para um cão de 5kg, meia cabeça de alho ou 5 a 8 dentes. Ou seja, um cão precisaria ingerir uma quantidade ridícula de alho para haver prejuízos à suas hemácias.

Em nossas dietas para pets saudáveis sugerimos a inclusão de algumas lâminas de alho fresco picadinho a uma das refeições diariamente ou a cada 2 ou 3 dias, dose até mais baixa que a recomendada pelos veterinários citados acima.

Desde 2008 monitoramos os hemogramas de nossos cães e de pacientes que recebem um tiquinho de alho fresco na dieta e até hoje não verificamos nenhum caso de anemia causada por intoxicação por alho – um tipo de anemia facilmente reconhecível por alterações nas hemácias, conhecidas como Corpúsculos de Heinz. Quantidade de alho que indico para cães de:

até 5kg: 1 lâmina de 0,5cm picadinha
5-10kg: 1 lâmina de 1cm picadinha
10-25kg: ¼ de um dente médio picadinho
25kg ou +: ½ dente picadinho
Adicione diariamente ou algumas vezes por semana a uma das refeições diárias.

Como oferecer alho

Para conferir todos os seus benefícios, o alho precisa estar cru. O alho até pode ser usado no cozimento dos legumes, mas perde parte de suas propriedades. Ele também precisa ser picadinho ou triturado. Um pedaço inteiro não será digerido e sairá nas fezes.

Por mais tentador que seja, não compre potes de alho já triturado; a maior parte dos compostos benéficos se perdeu há tempos, pois reage com o oxigênio assim que o alho é triturado (como a vitamina C do suco de laranja).

Para melhores resultados, pique bem fininho e, se possível, aguarde 5 minutos antes de adicioná-lo à refeição do pet. É o tempo que leva para formar um composto chamado alicina, que tem ação contra câncer.

Guarde o restante do dente na geladeira, envolto em plástico filme ou papel alumínio ou ainda mergulhado em azeite dentro de um potinho. Seu pet não curtiu o alho cru na refeição? Use alho picadinho no cozimento dos legumes e veja se ele prefere assim. Se não rolar, tudo bem. É um opcional na dieta.

Nas doses indicadas acima, o alho costuma ser muito bem tolerado, mas em caso de reações indesejáveis – gases, arrotos, alergia – interrompa a oferta. Também é importante suspender a inclusão de alho em caso de anemia, antes e logo depois de cirurgias e enquanto o pet fizer uso de medicações que afetam a coagulação (como ciclosporina), porque o alho afina o sangue.

Como usar os complementos

Os complementos obrigatórios (Food Dog e óleo vegetal) devem estar presentes diariamente. Já os opcionais (óleo de peixe, iogurte, sal integral e alho) podem entrar algumas vezes por semana ou diariamente. Como preferir. Para meus cães, costumo usar kefir (ou iogurte) e alho diariamente, e óleo de peixe três vezes por semana.

Com exceção do óleo de coco, do Food Dog e do sal, os complementos não resistem ao congelamento. Por esse motivo é melhor deixar para adicioná-los na hora de servir. Você pode distribui-los nas duas refeições do dia ou concentrá-los todos em uma única refeição, se preferir. Nossa turma canina costuma receber todos os complementos na primeira refeição do dia.

Outros complementos

Folheie livros e visite outros sites sobre Alimentação Natural caseira para pets e você certamente encontrará recomendação de outros alimentos funcionais e nutracêuticos, como a alga fucus (também conhecida como kelp), alfafa em pó, spirulina, óleo de cânhamo, vinagre de maçã, zeólita e outros. Muitos desses nutracêuticos são bastante interessantes – gosto bastante da alga fucus e da alfafa em pó – mas infelizmente são difíceis de encontrar no Brasil.

Embora os itens acima possam contribuir com a saúde, é preciso saber usá-los para não gerar problemas por sobrecarga de vitaminas e minerais. Afinal, os alimentos já concentram uma infinidade de nutrientes.

Cuidado para não se empolgar e acabar transformando a dieta do peludo em uma iniciativa desnecessariamente cara em que os alimentos são meros coadjuvantes de suplementos. Complemento nenhum supera uma dieta preparada com alimentos frescos e variados!

Quais complementos não usar

Fuja de óleo de girassol, de milho e óleo de soja. Esses óleos são extraídos com aplicação de calor e solventes petroquímicos que deixam resíduos. Depois são acondicionados em embalagens plásticas transparentes – o que oxida os ácidos graxos, tornando-os prejudiciais à saúde.

Também tome cuidado com modismos. Nutracêuticos que nos fazem bem podem ser prejudiciais aos nossos peludos. Um exemplo é o chá verde, notório por seus efeitos anticâncer. Ele concentra doses generosas de ácido oxálico, elemento que fomenta cálculos urinários em indivíduos predispostos. Na dúvida, prefira sempre usar elementos sabidamente seguros para pets.

Sugestões de combinação

As “receitas” que seguem abaixo ilustram algumas sugestões de combinações. As opções de combinações são infinitas. Sinta-se à vontade para variar os ingredientes de acordo com as opções listadas acima de vegetais, carboidratos, carnes e vísceras e montar suas próprias receitas de acordo com as preferências do seu peludo e com os alimentos que você tem disponível em casa.

Mas siga a proporção de cada categoria de alimentos proposta para a AN crua sem ossos (30% carnes, 30% vegetais, 5% vísceras e 35% carboidratos + os complementos obrigatórios). Procure variar periodicamente os ingredientes da dieta para ampliar a oferta de nutrientes e evitar que seu cão enjoe da comida.

Veja a seguir um modelo de cardápio levando em conta nossa cadela Polly, sem raça definida, que pesa 8kg, é castrada, nasceu em 2008 e possui grau de atividade física leve a moderado.

Quantidade de AN a servir diariamente: 4% do peso ideal dela. Logo, 4% de 8kg = 320 gramas, que vou dividir em duas refeições de 160g cada.

Opção 1

(30%) 96g de músculo bovino cru
(5%) 16g de fígado bovino cru
(35%) 112g de mandioquinha (batata-baroa ou batata-salsa) cozida
(30%) 46g de vagem macarrão + 50g de cenoura cozidas ou trituradas cruas Total: 320g de AN crua sem ossos

+ os complementos obrigatórios:

3g de Food Dog
1 colher de chá de azeite de oliva extra virgem
• + os complementos opcionais:
1 colher de chá de iogurte natural ou kefir
1 lâmina de 1cm de alho fresco picadinho
1 pitadinha de sal (usado no preparo dos alimentos)
1 cápsula de 500mg de óleo de peixe (ômegas-3)

Opção 3

(30%) 96g de peito de frango cru
(5%) 16g de rim bovino cru
(35%) 62g de arroz integral + 50g de quinoa cozidas
(30%) 46g de brócolis + 50g de abobrinha cozidos ou triturados crus Total: 320g de AN crua sem ossos

+ os complementos obrigatórios:

3g de Food Dog
1 colher de chá de óleo de coco
• + os complementos opcionais:
1 colher de chá de iogurte natural ou kefir
4g de Food Dog
1 lâmina de 1cm de alho fresco picadinho
1 pitadinha de sal (usado no preparo dos alimentos)
1 cápsula de 500mg de óleo de peixe (ômegas-3)

Opção 2

(30%) 96g de filé de sardinha (ou outro peixe) crua ou cozida
(5%) 16g de fígado de frango cru
(35%) 60g de inhame + 52g de batata-doce cozidos
(30%) 46g de abóbora cozida + 50g de chuchu cru ou cozido Total: 320g de AN crua sem ossos

+ os complementos obrigatórios:

3g de Food Dog
1 colher de chá de óleo de linhaça
• + os complementos opcionais:
1 colher de chá de iogurte natural ou kefir
1 pitadinha de sal (usado no preparo dos alimentos)
1 lâmina de 1cm de alho fresco picadinho
1 cápsula de 500mg de óleo de peixe (ômegas-3)

Opção 4

(30%) 1 ovo de galinha cru ou cozido + 46g de lombo suíno cru
(5%) 16g de baço de boi cru
(35%) 60g de arroz parboilizado + 52g de inhame cozidos
(30%) 46g de beterraba + 50g de couve manteiga picadinha cozidos ou triturados crus 
Total: 320g de AN crua sem ossos

+ os complementos obrigatórios:

3g de Food Dog
1 colher de chá de azeite de oliva extra virgem
• + os complementos opcionais:
1 colher de chá de iogurte natural ou kefir
1 lâmina de 1cm de alho fresco picadinho
1 pitadinha de sal (usado no preparo dos alimentos)
1 cápsula de 500mg de óleo de peixe (ômegas-3)

Você pode adotar uma combinação totalmente diferente por semana, ou a cada três dias ou mesmo diariamente. O importante é não passar muito tempo (mais de uma semana) em uma única opção.

O que você vai precisar para dar início à AN?
Anote aí o que você precisa providenciar antes de começar:

Facas grandes e afiadas (pelo menos uma para carnes e uma para cortar legumes).

Panela de vapor, também conhecida como cuscuzeira ou vaporeira, de preferência de inox. Você pode cozinhar de outras formas, que abordarei no parágrafo sobre preparo, mas o cozimento no vapor éum tratamento gentil que acarreta menor perda de nutrientes. Ou liquidificador, processador ou mixer, se optar por servir os vegetais crus e triturados.

Tábuas de cortar (uma para carnes e uma para vegetais).

Saquinhos para freezer, de preferência com fecho ziploc, ou potinhos reutilizáveis tipo tupperware.

Balança de cozinha, preferencialmente digital para pesar com precisão os ingredientes das receitas. Dica: no site Mercado Livre você encontra balanças digitais pelos melhores preços.

Espaço no freezer ou congelador.

Check-up geral de saúde

Seu peludo pode parecer estar perfeitamente saudável e na verdade estar apresentando algum problema de saúde que ainda não manifestou sintomas. A verdade é que sem um check-up geral periódico não há como saber a quantas anda a saúde do nosso pet. Daí a importância de solicitar alguns exames antes de trocar a dieta do seu cão.

Para filhotes que aparentam estar saudáveis (vermifugados e vacinados, sem diarreia ou vômitos, bem nutridos, fortinhos, com pelagem bonita) é possível pular essa etapa. Para cães adultos recomendo uma visita ao veterinário clínico-geral para um exame físico – peça inclusive para ele abrir a boca do peludo e examinar dentes e gengivas – e análises complementares:

Hemograma: verifica sinais de anemia e infecção
Dosagem de ureia e creatinina: avalia a função renal
Enzimas hepáticas: avaliam a função do fígado

Urinálise (Urina tipo I): verifica pH e densidade da urina, presença de cristais e sinais de infecção

Coproparasitológico: é o exame de fezes que investiga a presença de vermes. Para obter resultados mais confiáveis leve três amostras, cada uma colhida em um dia (por exemplo: um cocô de segunda-feira, um cocô da quarta-feira e um da segunda-feira seguinte.)
Para cães de meia idade e idosos, sugiro solicitar os exames acima e mais alguns:

Ultrassonografia abdominal: mostra o aspecto externo e interno de órgãos como rins, fígado, pâncreas, bexiga, glândulas adrenais, estômago e intestino, além de verificar a presença de nódulos e cálculos.

Glicemia em jejum: para detectar diabetes
Aferição de pressão arterial: há muitos hipertensos assintomáticos por aí
Triglicérides: alterações aqui podem indicar problemas endocrinológicos
Colesterol total e frações: idem acima
Ecodopplercardiograma: para detecção precoce de alterações no coração

Periodicamente, a cada seis meses ou pelo menos uma vez por ano, leve seu amigão ao veterinário para uma avaliação completa.

 

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